Ales presta apoio a profissionais da enfermagem

Ales presta apoio a profissionais da enfermagem

A polêmica envolvendo a suspensão do pagamento do piso nacional dos profissionais da enfermagem voltou à tona no plenário durante os discursos nesta terça (6). O tema também foi bastante discutido pelos deputados na primeira sessão ordinária da semana.

Além de novas falas dos parlamentares, houve espaço para que liderança dos trabalhadores da área usasse a tribuna. Para isso, o Plenário aprovou a suspensão da sessão ordinária a pedido da deputada Janete de Sá (PSB), que conduzia os trabalhos no momento.

A presidente do Sindicato dos Enfermeiros (Sindienfermeiros-ES), Valeska Fernandes, anunciou que os profissionais da área continuarão nas ruas até que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrube a decisão liminar do ministro Luís Roberto Barroso, que suspendeu o  pagamento do piso por 60 dias.

Diante de um dos argumentos de Barroso na concessão da liminar de que haveria necessidade de entendimento entre Estados e prefeituras em torno da questão – sob risco de desemprego e perda da qualidade na prestação dos serviços de saúde – Valeska respondeu que os profissionais da enfermagem não estão com medo de demissão.

Ela afirmou que, na verdade, quem tem medo de demissões são os empresários, pois terão de pagar multas e indenizações, acrescentando que os profissionais de enfermagem não ficam desempregados por muito tempo, pois a demanda pelos serviços de saúde é muito grande.

Empoderamento 

A sindicalista disse também que nos últimos dois anos os trabalhadores da enfermagem se empoderaram, pois ganharam visibilidade devido à pandemia. “O exemplo disto é que ontem (5) reunimos uma multidão nas ruas em menos de 24 horas de mobilização; estamos unidos e não vamos deixar esse movimento perder força até que o piso seja pago”, anunciou.

O deputado Dr. Rafael Favatto (Patri) observou que se as famílias que tiveram parentes internados em UTIs e foram salvos da Covid tivessem se juntado aos enfermeiros o protesto de rua teria sido ainda mais forte.

Para ele, é preciso que toda a sociedade, especialmente os parentes de quem foi salvo da Covid, demonstre solidariedade aos profissionais da enfermagem nesse momento em que eles precisam de ajuda.

Favatto lembrou que no auge da pandemia muitas demonstrações de carinho foram feitas aos trabalhadores da área. “Todos os chamavam de heróis e heroínas, mas o que eles precisam agora é de mais gente nas ruas”, observou.

Documento 

Bruno Lamas (PSB) disse acreditar que o Congresso vai reverter a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, classificada pelo parlamentar de “desastrosa”. “Estão alegando que a fonte de recursos para pagar (o piso) não está prevista no Orçamento. Se não está, que cortem de outras áreas; dinheiro tem, basta remanejar”, argumentou.

A deputada Janete de Sá anunciou que está recolhendo assinaturas de todos os deputados estaduais em um documento que será encaminhado ao presidente do STF, Luiz Fux, pedindo que a Suprema Corte faça uma reunião de urgência na quinta (8), logo após o feriado de 7 de Setembro, para derrubar a liminar de Barroso.

Graduada em enfermagem e atuante na defesa do piso, ela conclamou as categorias prejudicadas pela sentença de Luís Barroso a continuarem ocupando as ruas em todo o país para que a situação seja revertida. “É um absurdo o que esse ministro (Barroso) fez, pois só o auxílio moradia deles é de mais de R$ 4 mil, praticamente o valor do piso nacional que ele está negando aos enfermeiros”, disse.

Sergio Majeski (PSDB), Torino Marques (PTB) e Doutor Hércules (Patri) também manifestaram apoio aos profissionais da enfermagem, que ocuparam a galeria da Ales antes de descerem ao plenário para acompanhar o discurso de Valeska Fernandes.

No final da tarde, um grupo de manifestantes em prol da queda da liminar de Barroso se manifestou em frente à sede da Assembleia Legislativa.

 

 

Fonte: Ales