Diálogo na transição de governo em Cachoeiro adia aumento do IPTU
A pedido de Ferraço, Victor Coelho envia para Câmara projeto para adiar aumento
O atual prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho (PSB), atendeu a um pedido de seu sucessor, Theodorico Ferraço (PP), e enviou à Câmara Municipal um projeto de lei que adia o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para 2026. A medida, apresentada nesta terça-feira (17), tem como objetivo mitigar impactos financeiros nas famílias e empresas da cidade, considerando o cenário econômico atual.
A interlocução entre Victor Coelho e Theodorico Ferraço demonstra a relevância de um diálogo construtivo durante a transição de governos. A colaboração entre o gestor atual e o eleito reflete uma preocupação compartilhada com a sustentabilidade econômica e o bem-estar da população. Desde o período de campanha, Ferraço destacou a necessidade de revisar a política tributária do município e solicitou que o reajuste do IPTU fosse postergado para permitir uma análise mais abrangente pela próxima administração.
“As famílias que mais seriam impactadas pelo reajuste são justamente as que ganham até dois salários-mínimos. Agora, estamos buscando evitar esse aumento para que a população tenha mais tempo para se ajustar à situação econômica”, explicou Ferraço.
O adiamento do reajuste do IPTU representa um alívio financeiro significativo para os contribuintes de Cachoeiro de Itapemirim. Sem o aumento previsto para 2025, as famílias de baixa renda e os pequenos empreendedores terão mais fôlego para se reorganizar economicamente. Além disso, a medida oferece à próxima gestão a oportunidade de reavaliar a planta genérica de valores e estruturar uma política tributária mais equilibrada e inclusiva.
Por outro lado, o impacto fiscal dessa decisão na arrecadação municipal também precisará ser analisado. A postergação do reajuste pode influenciar a execução orçamentária e comprometer investimentos planejados. Contudo, a próxima administração terá tempo adicional para implementar soluções que garantam o equilíbrio entre a arrecadação e o crescimento econômico.
A proposta foi bem recebida pela Câmara Municipal, sendo aprovada por unanimidade. O apoio dos vereadores reflete o reconhecimento da importância da medida para a população e a economia local. Caso a lei seja sancionada, o reajuste do IPTU será efetivamente adiado, permitindo que o próximo governo estabeleça novas diretrizes tributárias.
Pedro Paulo Biccas Jr.
Jornalista (0003813/ES)
Cientista Político (USP)
Especialista em Planejamento Estratégico (FGV)
Especialista em Liderança, Mentalidade e Desenvolvimento Contínuo (PUC-RS)
Especialista em Mídias Digitais (FGV)