Muqui: Dois vereadores tem mandato cassados pela justiça

Muqui: Dois vereadores tem mandato cassados pela justiça

Os vereadores de Muqui, no Sul do Estado, Carlos Henrique Dias Luparelli e José Martins Filho, o Zinho, ambos do PDT, tiveram seus mandatos cassados pela Justiça Eleitoral. A decisão, no entanto, cabe recurso e eles permanecem nos cargos enquanto isso.

A decisão judicial é resultado de ação de investigação ajuizada pela ex-candidata Edina Moreira da Silva, que apontou indícios de fraude no preenchimento da cota para candidatas mulheres no PDT.

A juíza eleitoral da 5ª Zona Eleitoral de Mimoso do Sul, que responde por Muqui, Lara Carrera Arrabal Klein, também cassou os diplomas de suplentes, anulou os votos de todos candidatos do partido e indeferiu o pedido de registro do PDT.

Por fim, a magistrada também cassou o registro da ex-candidata do PDT Adda Ribeiro de Castro, deixando-a inelegível por oito anos. Ela, segundo Edina, teria se candidatado apenas para preencher a cota mínima, mas não disputou de fato.

Em sua justificativa, a autora da ação afirma que o PDT apresentou chapa composta por 13 candidatos, sendo nove homens e quatro mulheres.

Carlos Henrique Dias Luparelli (Foto: Reprodução/ Câmara de Muqui)Carlos Henrique Dias Luparelli (Foto: Reprodução/ Câmara de Muqui)No entanto, segundo os advogados que entraram com a ação, a então candidata Adda não teria disputado a eleição de fato, pois além de ter o gasto zerado na prestação de contas, não fez propaganda nas redes sociais e não recebeu um voto sequer, nem o dela mesmo.
Os vereadores rebateram nos autos, afirmando que não há candidata laranja no partido e que todas elas foram escolhidas com o intuito de realmente concorrer à Câmara de Muqui.

A ex-candidata Adda argumentou, em sua defesa, que se filiou ao PDT para disputar o cargo de vereadora, um sonho seu, mas que não conseguiu dar sequência devido aos graves problemas de saúde.

José Martins Filho, o Zinho (Foto: Reprodução/ Câmara de Muqui)José Martins Filho, o Zinho (Foto: Reprodução/ Câmara de Muqui)A defesa também alegou que Adda tinha uma cirurgia bariátrica marcada para março de 2020, porém, em função da pandemia, a data foi remarcada para 5 de outubro e só soube poucos dias antes, atrapalhando a campanha.
Alega ainda que, em função das limitações impostas pela cirurgia e de que não teria chances de êxito nas urnas, preferiu votar em outra candidata que tivesse chances de vitória.

Adda justificou também que, ao contrário do que disse a acusação, ela registrou na prestação de contas doação de R$ 430.

Procurado pela reportagem, o advogado Rodrigo Fardim, que representa os vereadores cassados, o partido e a ex-candidata Adda, informou que vai recorrer junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

“Temos plena convicção de que não houve fraude e isso será demonstrado no tribunal”, afirmou o advogado.

 

Reprodução: A tribuna