“Ter uma formação cristã, evangélica, contribui de forma efetiva para o meu mandato”
Eleito vereador por Vila Velha em 2020, o pastor e radialista Devanir Ferreira (Republicanos) já atuou na Secretaria de Estado de Esportes e foi secretário municipal de Meio Ambiente, em Viana.
O vereador defende o que chama de “valores da família” e se considera um conservador, afirmando que sua formação cristã o conduz em suas propostas políticas.
Ele também já foi vereador na capital Vitória, onde atuou, dentre outras frentes, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Táxi, que apurou e denunciou irregularidades na emissão de licenças. Atualmente contabiliza 18 Projetos de Lei aprovados.
Nas últimas eleições, Devanir não conseguiu uma vaga para a Câmara Federal, embora tenha obtido aproximadamente 25 mil votos.
O vereador garante que tem trabalhado muito na fiscalização e criação de leis que beneficiam às mulheres, crianças, pessoas autistas e idosos, além de atuar em prol de políticas voltadas para a qualidade de vida e defesa do “cidadão de bem”.
Ele acredita no empreendedorismo como ferramenta para atrair os mais jovens e livrá-los da sedução do ócio, das drogas e do crime.
Devanir Ferreira conversou com a reportagem do Portal Política Capixaba sobre seu trabalho, seus planos, ideias e conquistas.
Confira a entrevista:
O senhor já foi vereador na capital e atuou em alguns cargos importantes. O que considera mais desafiador nesse mandato como vereador por Vila Velha e que objetivos pretende alcançar?
O maior desafio que enfrentei foi a eleição em Vila Velha e a população do município me deu a oportunidade de representá-los. Agora, como legislador, tenho o desafio de cuidar de gente. Sou um grande combatente da violência doméstica, sou defensor do autista, sou um grande defensor de pessoas com doenças raras, sou militante da segurança pública.
E quero dizer, que a segurança pública não se limita apenas à presença policial e guarda, mas também está relacionada a fatores sociais, como a educação, a iluminação pública e a limpeza. É importante que todos esses fatores sejam levados em consideração para garantir a segurança e o bem-estar da população, estamos trabalhando nisso com muito empenho e vencendo todos os desafios.
Sua formação como Pastor pressupõe valores humanistas, de empatia, de perseverança, Fé e honestidade. Como concilia seus valores cristãos com a sua trajetória política?
Ter uma formação cristã, evangélica, contribui de forma efetiva para o meu mandato, principalmente nas votações, eu não voto em nada que agride a minha fé e que não vá de interesse à família, isso faz com que eu tenha um mandato, um comportamento conservador, voltado, principalmente para a família.
Dentre os Projetos de Lei de sua autoria, se destacam alguns relacionados às crianças, às pessoas autistas, às mulheres e aos idosos.
Qual a importância dessas bandeiras? O poder público tem conseguido atender às necessidades desses segmentos?
Temos que levar em consideração que o Estado é constituído por pessoas e não pôr concreto e asfalto. Temos que cuidar para que os cidadãos possam usufruir dos seus direitos e alcançar seus sonhos.
É especialmente importante cuidar dos idosos, que já contribuíram para a sociedade, e das crianças, que são o futuro do país. Investir em educação de qualidade é fundamental para garantir que as crianças recebam a formação necessária para enfrentar os desafios do futuro e contribuir para o desenvolvimento do país.
Quanto à educação especial, é verdade que ainda há muito a ser feito para garantir que todos os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade, incluindo aqueles com necessidades especiais. É papel do Estado investir em políticas públicas que garantam o acesso à educação inclusiva e que ofereçam recursos e suporte para que os estudantes com necessidades especiais possam desenvolver todo o seu potencial.
Por fim, concordo que é importante que os governos se preparem para a globalização e se qualifiquem para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Isso inclui investir em tecnologia, inovação e capacitação de profissionais, para que possam atender às demandas do mercado e oferecer serviços de qualidade aos cidadãos.
O senhor já mencionou em entrevista que conviveu com a violência doméstica na infância. De que forma essa experiência te marcou, para que não a reproduzisse depois de adulto e como esses casos mexem contigo?
O problema da violência doméstica é grave e afeta muitas pessoas em todo o mundo. O problema da violência doméstica está relacionado ao campo espiritual, você tem uma ação agressiva do cidadão, seja homem ou mulher, mas com uma influência negativa no campo espiritual, afetando a saúde emocional e psicológica das vítimas.
A violência doméstica pode deixar cicatrizes emocionais profundas e duradouras em suas vítimas.
Eu fui vítima de violência doméstica, cresci vendo a minha mãe sendo agredida, o que me salvou foi o encontro que eu tive com Deus, na igreja, o que me fez esquecer o passado me livrar da mágoa que eu tinha, dos sentimentos ruins, foi Deus, ele preencheu meu coração.
Além disso, não podemos aceitar a tese de que alguém é agressor simplesmente porque cresceu em um ambiente agressivo, isso não é uma desculpa ou justificativa para a violência.
Pelo contrário, é importante que as pessoas que foram expostas à violência doméstica usem suas experiências como uma motivação para se tornar defensores da causa, levantando a bandeira e defendendo aqueles que mais sofrem. Isso pode incluir apoiar as vítimas de violência doméstica, denunciar comportamentos abusivos e trabalhar para erradicar a violência doméstica de nossa sociedade.
Percebemos nos últimos anos um endurecimento das leis no combate a violência contra a mulher. Ainda assim, o número de caso é alarmante.
O que considera fundamental, para que os casos de violência doméstica diminuam efetivamente?
A Lei Maria da Penha é um importante marco na luta contra a violência doméstica, no entanto, ainda existem desafios a serem enfrentados para garantir a segurança e a proteção das mulheres. É necessário considerar medidas mais eficazes para prevenir e punir agressores, a fim de que a violência doméstica não seja tolerada e não fique impune. Sou defensor da castração química, como uma forma de punir homens reincidentes em agressões às mulheres.
Além disso, é importante lembrar que a violência doméstica começa com pequenos atos de agressão e, muitas vezes, as mulheres não denunciam por medo ou por falta de opções, isso precisa mudar. Precisamos continuar a lutar contra a violência doméstica e buscar medidas mais eficazes para preveni-la e puni-la. Temos que lembrar que a proteção das mulheres é uma responsabilidade coletiva e que todos devem se unir para garantir a segurança e a dignidade das mulheres em nossa sociedade.
Os principais problemas do Estado se refletem na área da segurança. Como a sua atuação pretende contribuir para diminuir os índices de criminalidade em Vila Velha?
Quais seriam as ações prioritárias nesse sentido? A prefeitura e o Estado estão no caminho certo?
É essencial que o Estado valorize seus policiais e forneça recursos adequados para combater a criminalidade na região. Apesar de eu ser um crítico do governo, quero parabeniza-los pelo projeto entregue a Assembleia Legislativa do Espírito Santo que proporcionará mais benefícios para a polícia.
No entanto, é importante lembrar que a segurança não depende apenas da polícia. É um problema complexo que envolve fatores como educação, limpeza pública e iluminação pública. Além disso, a tecnologia também pode ser uma grande aliada na luta contra a criminalidade, como o uso de inteligência artificial, automação e sistemas de monitoramento inteligente.
No caso de Vila Velha, um efetivo maior de policiamento é necessário, especialmente considerando a localização do município como uma porta de entrada para quem vem do Rio de Janeiro. É crucial que o governo entenda a importância disso e forneça os recursos necessários para que a polícia possa desempenhar seu papel de maneira eficaz. É importante que a Guarda de Vila Velha e a polícia trabalhem em conjunto para combater a criminalidade na região.
A segurança é um problema complexo que requer uma abordagem multifacetada e recursos adequados. A valorização dos policiais e o uso de tecnologia são apenas alguns dos elementos que devem ser considerados para resolver essa questão.
O que poderia ser feito para diminuir a quantidade de pessoas usuárias de drogas em situação de rua, em Vila Velha?
É um tema complicado, não somente em Vila Velha, mas em todo o Brasil, inclusive, conversei sobre com o prefeito Arnaldinho Borgo sobre o assunto. Infelizmente, temos visto nas grandes cidades uma crescente problemática do uso de drogas o que traz graves consequências para a sociedade, incluindo o impacto na segurança pública e no bem-estar dos cidadãos.
Sou um defensor da internação compulsória, especialmente para aqueles que já perderam o controle sobre o uso de drogas e não estão mais aptos a tomar decisões responsáveis por si mesmos. Nesses casos, é importante que o Estado intervenha para garantir que essas pessoas recebam a assistência necessária para se recuperarem e se reintegrarem na sociedade.
Em que consiste seu projeto de visita às feiras? Fale sobre o Gabinete Itinerante.
As madrugadas nas feiras têm como objetivo fornecer auxílio aos feirantes, que geralmente começam a trabalhar às 4 horas da manhã. No entanto, muitos desses trabalhadores enfrentam problemas como a falta de banheiros químicos adequados, pouca segurança e acompanhamento insuficiente.
Quando participo dessas feiras no início da manhã, meu objetivo é auxiliar os feirantes e também o poder público, não para punir ou perseguir alguém, mas para buscar melhorias e soluções para os problemas existentes.
Entre as principais reivindicações dos feirantes, estão a necessidade de instalação de banheiros químicos com caixas d’água, sinalizações para melhor orientação do público, fiscalização adequada por parte dos órgãos competentes e, acima de tudo, a disponibilidade de pontos de energia elétrica para garantir que eles possam operar seus negócios de forma adequada.
Por meio do Gabinete Itinerante nas Feiras, nossa equipe tem a oportunidade de conversar diretamente com os cidadãos dos bairros e atender às demandas da população, levando eficiência, agilidade e conforto para todos os envolvidos. Nossa intenção é sempre ajudar e buscar soluções para os problemas enfrentados pelos feirantes e pela comunidade em geral.
Como avalia o trabalho dos seus colegas vereadores e como é sua relação com aqueles que não estão diretamente alinhados com os seus interesses e propósitos?
Eu respeito às pessoas como elas são. Os meus colegas vereadores possuem bandeiras, defesas e eleitorados diferentes e eu consigo conviver bem com todos. Assim como em Vitória, por onde fui vereador. Consigo sempre obter unanimidade nas votações dos meus projetos na Câmara, existe um respeito mútuo entre mim e os meus pares.
Qual é a sua análise sobre as últimas gestões municipais e a atual gestão do prefeito Arnaldinho Borgo?
Tenho uma opinião positiva sobre a gestão do prefeito Arnaldinho Borgo e sua equipe de trabalho extremamente comprometidos com Vila Velha. É importante que os gestores tenham metas claras e estabeleçam planos para garantir que os objetivos sejam alcançados de maneira eficiente e eficaz.
Citando um exemplo de mudanças, temos o aumento do salário do magistério e a implementação de um plano de carreira são mudanças significativas que beneficiam os profissionais de educação e, por consequência, a qualidade do ensino oferecido aos estudantes. Parabenizo a gestão do prefeito Arnaldinho e tenho certeza que em breve ele será governador do Espírito Santo.
Carlos Mobutto | Jornalista da AZ
Especialista em moderação e revisão de conteúdo para jornais do consórcio de notícias, garante a qualidade editorial e a precisão das publicações, mantendo padrões rigorosos de precisão e excelência informativa.
