Senadora Rose de Freitas denuncia burocracia da CEF na liberação de recursos aos municípios

Senadora Rose de Freitas denuncia burocracia da CEF na liberação de recursos aos municípios

Indignada com as dificuldades enfrentadas por prefeitos capixabas junto à Caixa Econômica Federal (CEF) para liberar recursos já aprovados no Congresso Nacional, a senadora Rose de Freitas (MDB-ES) denunciou em discurso no Plenário do Senado, nesta terça-feira, 7, a burocracia e o tratamento “vergonhoso” dado pelo banco estatal aos chefes de executivo municipal do Espírito Santo e do Brasil.

Uma das parlamentares que mais destinam recursos para obras prioritárias nos municípios, Rose expôs o nível de insatisfação dos prefeitos. “Os exemplos trazidos pelos prefeitos são vergonhosos”, protestou. A senadora revelou que “além de [o dinheiro] ´dormir´ [na CEF, ainda] tem de pagar um percentual deste dinheiro que é tirado da União para o banco estatal”, disse, atônita.

Observada em seu discurso pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a quem pediu apoio, Rose exigiu respeito com os prefeitos. “[A Caixa] não é prestadora de serviços, ela é administradora. Ela impõe regras e práticas vergonhosas. A Caixa Econômica precisa mudar o trato que se dá aos administradores públicos eleitos. Ninguém foi nomeado, como é o presidente da Caixa, como é a diretoria, tem que tratar com respeito os municípios”.

Para ela, obras prioritárias não podem esperar. “A Caixa Econômica é a dona do tesouro e ela está sentada em cima do tesouro dos recursos dos municípios. E se destina ainda a construir portarias, normas, que ao invés de facilitar o recurso que foi aprovado por aqui, pelo Congresso Nacional, e que está nas mãos do prefeito para executar obras prioritárias, [os prefeitos] ainda tem que pular cancelas, tem que passar pelo mata-burros, fazer tudo isso para conseguir ver o seu recurso ser aplicado”.

Exemplos – A senadora citou um dos exemplos das inúmeras reclamações vindas de prefeitos em seu gabinete. “O último município que passou hoje por minha sala observou que o projeto aprovado por ele, depois de analisado tecnicamente, é obrigado a oferecer uma contrapartida. Saibam que os técnicos da Caixa Econômica, a exemplo do que aconteceu no meu Estado, se negam a analisar o projeto com a contrapartida porque ´eles não têm o dever de fazer´”

Outra situação narrada por Rose revela que, “além disso, uma portaria – que não sei de onde nasceu – que coloca aqueles que tiverem débitos com a União, que tiveram obra paralisada por 180 dias – não importa como foi paralisada: se ela foi paralisada porque o repasse não chegou, a empresa abandonou, ou por alguma irregularidade –, não poderá receber qualquer outro tipo de convênio”.

Após citar os exemplos, a parlamentar enfatizou que a finalidade é buscar uma relação saudável que não prejudique o andamento de obras consideradas prioritárias. “O que eu falo aqui não é para agravar o presidente da Caixa Econômica Federal. É para dizer que uma hora tem de se encontrar uma relação que seja saudável”.

E completou: “Nós estamos cansados. Por que não pode esse dinheiro passar por outra instituição financeira? Por que não pode? [Os prefeitos] ficam escravos da Caixa, tem de aceitar de maneira ditatorial as regras que são feitas, não discutem, não fazem avaliação dos serviços que prestam – se tem qualidade ou não tem qualidade”, ponderou.

 

Fonte: Rose de Freitas